PACIENTES FISSURADOS 08/08/2014
Semana compartilha experiências médicas O evento científico promove a troca de experiências sobre pacientes com fissura labial e fenda palatina. Entre os avanços verificados estão duas novas técnicas que podem ajuda
#guaramiranga08 DE AGOSTO DE 2014
“Eles são anjinhos feridos e com o cuidado certo o dodói sara”, é assim que o médico José Ferreira define os pacientes com fissura labial e fenda palatina. O médico é cofundador da Associação Beija-Flor - que há 14 anos atende pessoas com deformidades faciais congênitas – que esta semana, entre o dia 4 e hoje (8) organiza a segunda edição da Semana do Paciente Fissurado (SPF), juntamente com o Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) e a Centro de Reabilitação de Deformidades Faciais (Funface).
O evento científico contou com aulas, palestras e café da manhã como o de ontem, na sede da Beija- Flor, no Condomínio Espiritual Uirapuru (Ceu), que promoveu a interação entre médicos e paciente. A Semana tem por objetivo trocar experiências entre profissionais que lidam diariamente com pacientes que sofrem com as várias etapas de tratamento da doença.
“Hoje, são feitas cerca de 30 cirurgias por mês para correções. O numero está longe do ideal, que seria de 80. Todos os anos realizamos as semanas de cirurgias. A próxima será em setembro e durante uma semana faremos 100 cirurgias”, adianta o médico. Ferreira estima que há 150 pacientes na fila de espera por cirurgias no Ceará, mas que cada um deverá se submeter a mais de um procedimento.
Entre os avanços médicos compartilhados com pesquisadores de São Paulo e do Ceará, estão duas novas técnicas que podem ajudar na reconstituição da estrutura óssea da face. Ferreira explica que uma delas já está sendo realizada e consiste em substituir um enxerto que antes era feito com o osso da bacia e agora pode ser feito com uma proteína, a BMP, que estimula a formação óssea na própria região maxilar.
O outro avanço deverá chegar aos pacientes em cinco anos. “O método é com células-tronco retiradas do germe do dente de lente, que cai aos seis anos. Dali, se pega a polpa do dente, extrai células-tronco, e quando chegar à fase de nove, dez anos, reimplanta no osso maxilar para poder corrigir a falha óssea”, detalha o médico.
Segundo levantamento da Associação, atualmente há no Ceará 16 mil pacientes – entre tratados, em tratamento e ainda na espera. Somente a Beija-Flor, que se volta mais para o atendimento de adultos, oferta voluntariamente serviços especializados como fonoaudiólogo, psicólogo, ortodontista para mais de três mil pessoas.
As novidades médicas deverão ser úteis para pessoas como Ingrid Yasmin. A criança de 2 anos e 7 meses, “falante como ela só”, como define a mãe, a dona de casa Ingrid Marjorie, 27, nasceu com duas fissuras labiais e já passou por duas cirurgias. “A Beija-Flor ajudou a Yasmin desenvolver a fala. Hoje, a gente entende tudo que ela diz”, orgulha-se.
Com as futuras cirurgias, Marjorie espera para a filha futuro parecido com que teve Pedro Felix, 21. O rapaz nasceu com deformidades faciais, passou por 15 cirurgias, entre funcionais e estéticas, ao longo da vida e hoje, no quarto semestre de medicina, quer tratar de pacientes que passam pelo que ele passou. “Quero ser cirurgião plástico e ajudar como me ajudaram”, disse.
Serviço
Associação Beija-Flor
Onde: avenida Alberto Craveiro, 2222 (no Condomínio Espiritual Uiriparu)
A Associação realiza tratamentos ambulatoriais, com especialidades como fonoaudiologia, psicologia e ortodontia. No dia 15 de setembro haverá uma triagem de pacientes feita pela Operação Sorriso para as 100 cirurgias.
Outras informações: 30883900
O encontro serviu também para interação entre profissionais da saúde e pacientes
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