Diário do Nordeste LIGAÇÕES À REDE ELÉTRICA Demora da Coelce atrasa a entrega de imóveis 27.08.2014 Por conta do impasse, estão sendo realizadas reuniões entre a Companhia e o Sinduscon-CE

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#guaramiranga 27 DE AGOSTO DE 2014
Em maio deste ano, a obra de um condomínio no bairro Sapiranga, em Fortaleza, foi finalizada, mas os compradores das 15 casas só puderam se mudar depois de quase três meses, quando a Companhia Energética do Ceará (Coelce) ligou os imóveis à rede elétrica. Esse, porém, não é um caso isolado. Atualmente, 12 empreendimentos situados na Capital e Região Metropolitana ainda não foram ocupados pelo mesmo motivo.

A informação é do presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro. De acordo com ele, a demora da Coelce para ligar os novos imóveis à rede de energia elétrica é um problema recorrente que já foi responsável pelo atraso na entrega de diversos empreendimentos. Os clientes geralmente não entendem a situação e transferem a culpa para as construtoras.

Por conta do impasse, reuniões entre representantes da Coelce e do Sinduscon-CE estão acontecendo no sentido de sanar as atuais pendências e evitar novos problemas.

"Reabrimos esse grupo de trabalho entre as duas partes para criar um ponto de controle e normatizar a situação", afirma Montenegro. De acordo com ele, para agilizar os serviços, as reuniões serão quinzenais nesse primeiro momento. Depois, os encontros acontecerão a cada mês e, posteriormente, de dois em dois meses.

"Os problemas ainda existem, mas alguns já começaram a ser resolvidos. A expectativa do Sinduscon é que esse diálogo, que já funcionou no passado, continue. Estamos otimistas", destaca o empresário.

Montenegro admite que, em alguns casos, a Coelce não efetua a ligação dos empreendimentos devido a pendências das próprias construtoras. Às vezes, as empresas solicitam o serviço à companhia sem ter finalizado a obra por completo.

Condições

Ele ainda lembra que as construtoras só recebem os financiamentos de instituições como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil depois que concluem as obras, sem deixar nenhum serviço de infraestrutura pendente. Além disso, o presidente do Sinduscon-CE reforça que o Habite-se - documento para comprovar que um empreendimento foi construído de acordo com as exigências da Prefeitura - só é liberado quando os imóveis estão devidamente ligados às redes de energia elétrica, água e esgoto.

O Sinduscon-CE preferiu não divulgar onde estão localizados os imóveis que aguardam o serviço da Coelce, mas disse que há empreendimentos em bairros como Aldeota, Messejana, Cocó e em Maracanaú, município da região metropolitana.

Dificuldade antiga

O Diário do Nordeste já havia noticiado, em junho deste ano, que de 2.638 novos pedidos de ligações de baixa tensão, residenciais e comerciais, feitos no Ceará de 2013 até o último dia 6 de maio, 2.459 (93,2%) não tinham sido atendidos.

De acordo com a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará (Arce), de 2008 até junho de 2014, 15 mil solicitações não foram contempladas a tempo pela Coelce. Em nota, a Coelce reforçou que terá reuniões periódicas com o Sinduscon-CE para tratar das novas conexões. De acordo com a companhia, o último encontro foi realizado nessa segunda-feira (25). Na ocasião, segundo a empresa, o sindicato apresentou uma relação com 14 obras que precisavam de ligação elétrica.

Ainda conforme a nota enviada pela companhia, "seis já foram executadas pela Coelce, uma será executada no dia 3 de setembro próximo, duas estão em fase de programação e cinco apresentam pendências técnicas de responsabilidade das construtoras já informadas à entidade sindical", diz a empresa.

Raone Saraiva

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